História de Conchal

História da Cidade de Conchal

Segundo Sandro Ferrari em seu livro ‘Núcleos do Conchal’ – 2011, afirma que “foi provavelmente no ano de 1909 que, pela primeira vez, os agentes envolvidos na política de imigração e colonização do governo do estado de São Paulo adotaram o título de “Núcleos do Conchal” para designar o projeto que abriu trás colonizações oficiais e contíguas na região de Campinas: os núcleos coloniais “Conde de Parmahyba”(Antonio de Queiroz Telles), “Visconde de Indaiatuba”( Joaquim Bonifácio do Amaral) e “Martinho Prado Junior”.

O território que seria ocupado pelos dois primeiros núcleos já era conhecido como Conchal desde meados do século XVIII e pertencia ao Município de Mogi Mirim, sendo que o terceiro núcleo avançou sobre uma pequena área do vizinho de Mogi Guaçú.” Mas foi em 28 de março de 1911 que o “Governo do Estado de São Paulo dava continuidade à sua estratégia de atrair imigrantes europeus cuja a força de trabalho deveria suprir a demanda das grandes lavouras, além de atender a outros interesses, tais como a implantação da policultura para o abastecimento das cidades e o desmembramento de antigas glebas já esgotadas pela monocultura do café. Devido ao esforço regular e prolongado dos próprios colonos, juntando-se com a fertilidade do solo e o apoio estrutural do governo estadual “especialmente as obras de engenharia sanitária e a construção de uma ferrovia”.

“Em curto prazo, cerca de dez anos, o projeto colonizador dos trás núcleos se encerrou dando início a emancipação dos Núcleos Conde de Parnaíba e Visconde de Indaiatuba se fundindo na formação de um distrito do Município de Mogi Mirim como “fase preparatória que evoluiu para o surgimento do Município de Conchal”. Por sua vez o Núcleo Martinho Prado Junior permaneceu como bairro rural de Mogi Guaçú, sendo elevado a categoria de distrito a partir de 1981.”

“Uma parcela expressiva das famílias assentadas nos Núcleos do Conchal era composta por imigrantes recém chegados ao Brasil, ou que já tinham passado algum tempo no colonato das fazendas de café. Eram italianos, alemães, portugueses, russos, espanhóis, austríacos e alguns sírio-libaneses”, juntamente com famílias brasileiras que também ocuparam o loteamento …”

“Os esforços materiais e as práticas culturais que objetivaram transformar numa cidade o que era um simples bairro rural se prorrogaram por quase trás décadas, até que a povoação distrital, bem mais desenvolvidas e amadurecida, atendesse aos requisitos para pleitear a autonomia política, conquistando o estatuto municipal no ano de 1949”

Conchal: Agora uma grande realidade com novos desafios!

Queremos fazer nossas as palavras do apóstolo Paulo: “O meu grande desejo e a minha esperança são de nunca falhar no meu dever, para que, sempre e agora ainda mais, eu tenha muita coragem. E assim, em tudo o que eu disser e fizer, tanto na vida como na morte, eu poderei levar outros a reconhecerem a grandeza de Cristo” (Fp 1.20, NTLH).

Este texto ilustra muito bem o nosso maior desafio, entre outros, para a realidade que vamos vivenciar até dezembro de 2012 na missão em Conchal. O nosso dever, na coragem do Senhor, é em tudo que fizermos ou dissermos nesta nova fase em Conchal, faça que nós ajudemos a missão a levar outros a reconhecerem a grandeza de Cristo.

Desde setembro de 2010 Neuzânia e eu viajamos para Conchal indo nas quintas-feiras para o culto de oração e nos finais de semana para que a comunidade estivesse mais assistida. Anteriormente íamos somente para dirigir os cultos de quintas-feiras e aos domingos a noite. Isto vinha ocorrendo desde abril de 2009 quando assumimos a missão, substituindo o Pr. Dario Sodré que iniciou este trabalho em 2006 quando era seminarista. Em 2008, foi alugada uma casa e em 2009, o salão atual.

Esta missão teve seu início exato em 22 de outubro de 2006, onde foi realizado o primeiro culto, na residência da família do irmão Roque Silva Passos. Entre as pessoas presentes da comunidade local, estavam Pr. Isaltino, membros da diretoria da igreja, e os seminaristas Dário Sodré e um tal de Roberto S. Feliciano Jr, sem imaginar um futuro envolvimento com esta comunidade.

Temos mantido aos sábados os encontros nos lares denominado de DNA: Discípulos No Amor. Com uma boa frequência com enfoque na comunhão e também visando alcançar lares de pessoas não evangélicas. Estes encontros são informais, dinâmicos na forma e nos temas.

Aproveitando o resultado de uma viagem missionária que foi realizada no dia 9 de setembro de 2010, em Conchal, com do apoio da IBC através da equipe do Pr. Richard J. Sturz Jr, inauguramos no dia seguinte o ministério infantil da missão com o nome de “Manhã Feliz” que a cada domingo tem tido uma média de frequência de 18 crianças na faixa etária de 3 a 12 anos. Este trabalho visa também abençoar as famílias destas crianças.

Entendendo que Deus nos quer ainda mais próximos desta comunidade, aceitamos o desafio da nossa igreja Batista do Cambuí para assumir esta missão por tempo integral durante um ano e meio. Por isso nos mudamos para Conchal no dia 1 de julho com objetivo de cuidar e auxiliar a missão a se tornar autossustentável tanto em liderança como financeiramente visando a sua organização na Primeira Igreja Batista de Conchal.

Agradecemos a Deus pelo privilégio de servi-lo junto de pessoas que já nutrimos cuidado e amor e que também nos acolhe com muito carinho e confiando na nossa liderança sobre elas. Afinal, “Ministério Pastoral é uma grande família cuidando de uma pequena família para que possa cuidar da grande família”.

Falando em família, agrademos a Deus pelo incentivo e apoio dos nossos filhos Mateus e Carolina, Ana Carolina e principalmente do Rafael que abriu mão da nossa permanência em Campinas por amor a Deus.

A Igreja Batista do Cambuí e ao Pr. Elias agradecemos a confiança, o apoio que já temos e que teremos durante este período. Enfim, contamos com as orações dos irmãos para que possamos regar o que foi plantado, mas para que o crescimento da Igreja de Jesus em Conchal venha de Deus (parafraseando Paulo em 1Co 3.6).

No amor de Cristo,

Neuzânia M. P. Feliciano e Roberto S. Feliciano Jr.

Fotos: Viagem Missionária

dia 23/09/2010

Baptuba, uau uau uau uau uau!

Baptuba, uau uau uau uau uau!

Não estou delirando. Isto é uma frase, e ainda faz parte de um refrão da Música de Eduardo Dussek. Cantor e compositor dos anos setentas que em vez em quando aparece ainda hoje na mídia. Na época suas composições buscavam aliar sátira e bom humor. Mas foi em 1982 que fez sucesso com algumas canções e entre elas o Rock da Cachorra.

A intenção deste editorial não é comentar sobre a vida deste cantor e compositor. Eu lembrei desta música por conta de uma notícia que vinculou em todos os jornais de Campinas a quase dois anos, com a história do vira-lata Bob (um apelido do vernáculo inglês para o nome Robert). No Cambuí, um bairro nobre da cidade e badalado pelo estilo de vida dos seus moradores, a Secretaria Municipal da Saúde de Campinas, decretou que este animal, seja removido da praça, onde é a sua moradia há nove anos desde que chegou como um filhote. O cão virou um xodó dos moradores e tem tratamento vip (very important “person”): além da carteira de vacinação em dia, Bob toma banho em pet shop e dorme no apartamento de uma moradora, com edredom, caminha e etc. O reinado de Bob no Largo Santa Cruz começou a ser ameaçado há quatro meses, quando mordeu uma pessoa que passava próximo ao ponto de táxi. Toda vez que utilizo um táxi deste ponto, o meu assunto com os taxistas é sobre o Bob. Sempre contam histórias e peripécias que tal cachorro faz como se fosse um filho de cada um deles.

Talvez esteja escrevendo com certa ironia este texto. Até parecendo que eu não goste de cachorros. Mas isso não é verdade. Eu também tenho um da raça “viralatê” (vira lata mesmo) e todos nós lá de casa gostamos muito dela. Vive conosco a mais de dez anos. O nome dela: Zigfrida, e a chamamos por Frida. A minha família, meus pais, irmãos e tios, são muito afeiçoados por estes animais. Um dia eu acompanhei uma oração que meu pai em um dado momento pediu em favor dos seus animais, o que me chamou atenção. Porém, compreendi pois ele colocava-se como alguém criado por Deus para cuidar das Suas criaturas. Deus fez toda a natureza para que o ser humano tivesse domínio sobre ela, conforme o Salmo 8.5a-6a diz o seguinte: “[…] fizeste o ser humano inferior somente a ti mesmo […] e lhe deste poder sobre tudo o que criaste;” O salmista provavelmente esteja se baseando no texto da criação em Genesis 1.26 onde Deus criou o homem e mulher a sua imagem com a tarefa de ter domínio sobre todos os animais da terra, inclusive os domésticos. Este propósito de Deus perdura até hoje. O que Deus faz sempre é bom. O problema está nos exageros e na mudança de sentido que o ser humano dá a esta ordem.

Voltando ao Eduardo Dussek, aquele Rock da Cachorra tem um verso que me chamou a atenção na época: “Troque seu cachorro por uma criança pobre. Sem parente, sem carinho, sem ramo, sem cobre. Deixe na história de sua vida uma notícia nobre”.

Lembro-me que na época chocou a muitos esta afirmação, tão cruel e verdadeira. Bob deve ser cuidado como um animal, como outros, criados por Deus. Somos responsáveis pela natureza de Deus e nem sempre cuidamos dela, pelo contrário, sempre a maltratamos. E isto é tão notório que a natureza maltratada se volta contra o ser humano. Afinal, o mesmo salmista declara que o ser humano é a coroa da criação, e Deus o fez inferior a ele mesmo, não para que fosse um “deus”, mas que tivesse autoridade sobre a Sua criação para cuidar dela. Portanto as pessoas estão acima dos animais.

Sendo assim, devemos cuidar ainda mais das pessoas. Amá-las, protegê-las, cuidar delas com mesma atenção e carinho que muitas vezes dedicamos aos nossos animais. Devemos começar ter estas atitudes em casa. Como igreja também precisamos valorizar os nossos irmãos nas suas necessidades físicas, emocionais e espirituais. Estamos todos caminhando para o início dos propósitos de Deus na criação: sermos semelhantes a Ele, por isso precisamos ser aperfeiçoados, para que sejamos novas criaturas em Cristo Jesus.

Os Bobs e as Fridas das nossas famílias continuem sendo cuidados por nós, mas que nós nunca esqueçamos de cuidar e amar àqueles que são realmente a nossa imagem e semelhança.

Por Roberto S. Feliciano Jr.

DNA – Encontro nos Lares

DNADiscí­pulos No Amor

Venha participar conosco! Músicas, Estudo Bí­blico, Oração e Muita Comunhão!

Salmo 23 – O Salmo do Deserto

por Roberto Soares Feliciano Junior

Provavelmente foi composto a partir de fatos que inspiraram a Davi há relembrar o tempo em cuidava de ovelhas como pastor ou mesmo quando estava peregrinando no deserto por vários motivos: lutando contra os inimigos de Israel, fugindo do rei Saul e depois mais tarde já como rei, fugindo do seu filho Absalão que fez um levante ao seu reinado.

Mas estes fatos estão sempre relacionados com a necessidade de confiar no cuidado e da proteção de Deus. É um salmo de Confiança e Segurança que, lido ou cantado, tinha como propósito de promover nas pessoas: a motivação na certeza da presença do senhor na sua caminhada (vs.1, 3 e 6); na orientação segundo a vontade do senhor (vs. 2-3); na convicção da presença do senhor em qualquer circunstância (vs 4 e 6); na certeza do cuidado e proteção pois o senhor cuida das suas ovelhas (v.5) e na restauração pois Deus conduz para a morada eterna (v.6).

O salmo seria mais bem chamado de o “Salmo do Deserto” e vez somente de o “Salmo do Bom Pastor”, pois é composto a partir da cena de um deserto dividida em duas partes. A cena da ovelha e a cena do homem viajante. Abra a sua bíblia e acompanhe a exposição do salmo.

Nos versos de 1 a 4, a primeira cena, temos a visão da ovelha que é cuidada e protegida por um pastor: “O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam”.

Provavelmente o próprio salmista se veja nesta figura da ovelha frágil que necessita de cuidado, proteção e direção. Ela é guiada por um pastor pelos bons caminhos, justos e retos, que somente ele conhece. Portanto, são os melhores caminhos na visão do bom pastor. A ovelha, apesar do deserto, demonstra dependência e confiança no pastor que encontrará o que ela realmente necessita. Ela precisa de sombra e refrigério: comida tenra e água fresca; proteção nos perigos de morte e consolo. Este consolo vem do bordão ou vara, que traz a ideia de ensino, correção e disciplina; e do cajado que representa o cuidado e a direção. O pastor sempre cumprirá com a sua responsabilidade de prover, cuidar, proteger e guiar a ovelha por causa da honra do seu nome, por isso a expressão “por amor do seu nome”.

Hoje, para nós, o deserto pode representar o mundo em que vivemos, ou até mesmo as nossas vidas. Por muitas vezes as nossas vidas são como um deserto árido, seco, insólito, quente, sem vida, que geram o medo, as incertezas e desesperanças. Mas Deus, através de Jesus que é o bom pastor, segundo texto do evangelho de João capítulo 10, nos guia por caminhos que ele julga serem certos e justos para nós, que ao final da jornada encontraremos refrigério para nossa alma, provisão para nosso corpo, proteção das nossas vidas e consolo pelo ensino e cuidado. Nós podemos desejar consolo do Senhor, mas também precisamos do seu ensino e correção para ser cuidado por ele.

Nos versos 5 e 6, a segunda cena, temos a visão de um viajante do deserto que é cuidado por alguém: “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias”.

Este cuidador é hospitaleiro, bom e misericordioso, e recebe o viajante do deserto em sua própria casa oferecendo uma mesa de banquete, cuidando de suas feridas com a unção do óleo que na época era usado como proteção do sol escaldante do deserto.

O viajante que percorre e continuará percorrendo um deserto, é tratado como um hóspede de honra. Comer e beber em mesa para quem vivia naquela região tinha um significado de um vínculo de amizade e lealdade mútua, até como um sinal de uma aliança entre o hospedeiro e o hóspede (conf. Ex 24.8-12 e 1Co 11.25). Depois deste encontro que o dignificou como pessoa honrada, o viajante continua o seu percurso pelo deserto com uma diferença: mudou a sua forma de viajar com a nítida lembrança de tudo que experimentou. Passa então a desejar um novo encontro, e a sua memória o lembrará da bondade e da misericórdia com que foi recebido por este que até amigo se tornou e passa a chamá-lo de Senhor. O viajante passa a viver sendo fiel àquele que deu um novo sentido para sua vida no deserto. Esta bondade e misericórdia vivenciada o acompanharão todos os dias da sua viagem na certeza que um dia poderá retornar a casa deste que agora é seu Senhor e permanecer com Ele por todos os dias da sua vida.

Verdade esta que pode ser aplicada em nossas vidas: o homem-Deus, Emanuel, Deus conosco, nos acompanha com sua bondade e misericórdia em todos os dias da nossa peregrinação neste mundo. Jesus Cristo nos diz em Mateus 28.20b que estará conosco até o final dos tempos.

Portando seja como ovelha ou como viajante sempre sentiremos protegidos e cuidados por Deus, que nos dará a cada dia a certeza que quando O reencontrarmos viveremos com e por Ele todos os dias restantes das nossas vidas, pois o fiel que confia no Deus fiel é sempre honrado. Por isso como uma ovelha o fiel diz: “sendo o Senhor o meu pastor não sentirei falta de nada”. E como viajante do deserto dirá no final de sua peregrinação: “habitarei junto do meu Senhor todos os dias da minha vida”. Essa é a nossa esperança. Essa é a nossa certeza.

Fotos: Culto de Consagração da Igreja

Fotos: Culto dia 26/04/2009